É incrível o que uma fratura num ossinho pode fazer com a vida de uma pessoa adulta, habituada a andar e correr atrás da própria vida. Acima vemos o amadinho que eu fraturei: Maléolo lateral, na perna direita.
Essa semana se completará o primeiro mês depois do acidente. Fui socorrida rápido e bem, primeiro pelo corpo de bombeiros e depois no Hospital Azevedo Lima, e esses profissionais fizeram toda a diferença, sou muito grata a Deus por eles. Na semana passada foram tirados os pontos da operação, está tudo correndo bem, cicatrização perfeita. Em 26 de dezembro tiraremos o Raio X para conferir a calcificação. Até lá, nada de andar, só exercícios suaves para mexer o pé pra frente, para ir retomando os movimentos aos poucos.
É essa parte de não andar que pega pra mim. Vejam, sou acostumada a andar muito a pé: por exercício, por gosto, para me acalmar, para digerir aquelas leituras pesadas que nós vamos fazendo ao longo dos estudos de pós. para o corpo funcionar melhor, por falta de dinheiro de passagens, tudo pra mim é motivo e desculpa para andar. Mesmo quando eu tive os meus filhos, nunca na vida fui obrigada a ficar tanto tempo sem andar.
Obviamente, entendo perfeitamente a necessidade disto. São – no mínimo – dois meses sem por peso algum sobre o osso fraturado. Nessa hora, é preciso também agradecer toda a ajuda que recebi e tenho recebido: tenho conseguido ir à igreja, pude participar de um evento na minha Universidade, fui ao hospital. A minha situação não é nada perto de muitas pessoas que se acidentaram e quebraram ossos maiores, como o fêmur, por exemplo. Então, procuro me manter dentro das orientações médicas.
Sou professora e pesquisadora de literatura, de modo que minha atividade principal é perfeitamente realizável mesmo que eu não ande. Sou grata a Deus também por isto. Mas sinto muita falta de caminhar. Um ossinho.