O que um ossinho quebrado significa….

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É incrível o que uma fratura num ossinho pode fazer com a vida de uma pessoa adulta, habituada a andar e correr atrás da própria vida. Acima vemos o amadinho que eu fraturei: Maléolo lateral, na perna direita.

Essa semana se completará o primeiro mês depois do acidente. Fui socorrida rápido e bem, primeiro pelo corpo de bombeiros e depois no Hospital Azevedo Lima, e esses profissionais fizeram toda a diferença, sou muito grata a Deus por eles. Na semana passada foram tirados os pontos da operação, está tudo correndo bem, cicatrização perfeita. Em 26 de dezembro tiraremos o Raio X para conferir a calcificação. Até lá, nada de andar, só exercícios suaves para mexer o pé pra frente, para ir retomando os movimentos aos poucos.

É essa parte de não andar que pega pra mim. Vejam, sou acostumada a andar muito a pé: por exercício, por gosto, para me acalmar, para digerir aquelas leituras pesadas que nós vamos fazendo ao longo dos estudos de pós. para o corpo funcionar melhor, por falta de dinheiro de passagens, tudo pra mim é motivo e desculpa para andar. Mesmo quando eu tive os meus filhos, nunca na vida fui obrigada a ficar tanto tempo sem andar.

Obviamente, entendo perfeitamente a necessidade disto. São – no mínimo – dois meses sem por peso algum sobre o osso fraturado. Nessa hora, é preciso também agradecer toda a ajuda que recebi e tenho recebido: tenho conseguido ir à igreja, pude participar de um evento na minha Universidade, fui ao hospital. A minha situação não é nada perto de muitas pessoas que se acidentaram e quebraram ossos maiores, como o fêmur, por exemplo. Então, procuro me manter dentro das orientações médicas.

Sou professora e pesquisadora de literatura, de modo que minha atividade principal é perfeitamente realizável mesmo que eu não ande. Sou grata a Deus também por isto. Mas sinto muita falta de caminhar. Um ossinho.

Da importância da saúde pública

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Como sabem, em 25 de outubro sofri um acidente. Fraturei o osso maléolo lateral.

Fui socorrida no Hospital Estadual Azevedo Lima, em Niterói. Em plena crise neste Estado do Rio de Janeiro, fui muito bem atendida pelas pessoas do hospital: na emergência estavam enfermeiras, uma clinica geral, um ortopedista e uma assistente social muito atenciosa; no raio-x um técnico que se preocupou em me acalmar, porque eu chorava um bocado.

Fiquei internada para operar a fratura na segunda seguinte, 29.10, com de fato ocorreu. Nestes dias em que não podia sair da cama para nada, as enfermeiras foram essenciais e sou muito grata a elas. Me davam banho todos os dias, trabalhavam com uma sobrecarga de pacientes, mas eram cuidadosas com meu medo de me mexer e de sentir dor. Agradeci muito a elas pelo trabalho.

Pior do que o acidente seria falta de cuidados, impossibilidade de realizar os procedimentos. Foram cinco dias de hospital, essenciais para a minha recuperação estar evoluindo bem.

Muito obrigada ao pessoal do HEAL.

Notícias de mim ou pra tudo na vida tem uma primeira vez.

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Crianças costumam se machucar ao andar de bicicleta; eventualmente, quebram algum osso. Faz parte. Recentemente, antes do segundo turno das eleições, tive um acidente que resultou numa fratura.

Essa sou eu num evento de Arte Negra, da Universidade Estácio de Sá Nova Iguaçu, assistindo aos desfiles que antecederam a mesa que eu fui convidada a mediar. Eu e meu gesso, que é grande para uma fratura no osso maléolo, acima do tornozelo. Dentre os ossos que eu poderia ter quebrado, foi um dano mínimo.

Eu estava agendada para a mesa e não quiz desistir. Farei outra postagem sobre esse evento. Agora, quero deixar pública a notícia do acidente, e a imagem para tranquilizar que estou bem. Tenho feito muito repouso, lido bastante. Observo as recomendações médicas.

Um abraço.

Do cumprimento de tarefas.

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Há tarefas muito importantes para manter a nossa saúde, a organização da nossa vida e da nossa casa. Muitas, como lavar louça ou passar roupa, não acho legais, mas entendo a necessidade de cumprí-las. Para muitas pessoas, estudar, por exemplo, é uma tarefa que cumprem por entenderem a importância e utilidade. Outras, como eu, entendem isto e tem a felicidade de gostar muito de estudar.

Gostando ou não delas, as tarefas não se cumprem sozinhas, assim como nós não nascemos sabendo fazer nada. Então, lidar com as eleições, entender a utilidade e a necessidade dos parlamentos Federal e Estadual, são tarefas que com alguma atenção podemos aprender a realizar e bem.

Estamos na última semana antes da votação em primeiro turno, quando precisaremos escolher: Um(a) candidato(a) à presidência da República, Um(a) candidato(a) ao governo do Estado; Um(a) candidato (a) a Deputado(a) Federal; Um(a) candidato(a) a Deputado(a) Estadual e dois Senadores(as).

O fato de estarmos sem paciência alguma para este tema é perfeitamente compreensível, pela situação do País, pelo comportamento dos Partidos, pelo avanço de práticas que condenamos, para pegarmos leve. Mas as funções do Executivo e Legislativo de que precisamos continuam dependendo dos resultados das eleições. Anularmos os votos é como não lavar a louça e esperar que ela apareça limpa de manhã, magicamente; ou como não educar nosso filho e esperar que ele seja um adulto que foi criado com esmero.

Não é fácil, mas é essencial que entendamos que as eleições são uma tarefa importante e que afeta muito a nossa vida, todos os dias. Pense nisso.

 

O ser humano é aquele que constrói, portanto, modifica o mundo…

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Você já se deu conta das possibilidades de realização que o ser humano tem, pelo fato de ser dotado com inteligência? Somos criativos, inventivos, buscamos soluções para nossas necessidades, ou daqueles que amamos. Uma rápida olhada em volta é suficiente para percebermos como estamos afastados do natural: roupas, móveis, moradia, geladeira, alimentos comprados em mercados, maquiagem; tecnologias para melhorar o funcionamento do nosso corpo, como óculos, marca-passo, próteses de partes do corpo…

Procuro me lembrar disso quando algo, alguém ou alguma situação faz com que eu me sinta paralisada. Na verdade, não é o outro que faz nada comigo, sou eu que reajo a algo e essa distinção é fundamental para entendermos o nosso papel de ação, não de passividade.

Assim, não fazem sentido afirmações como: “estar velho para começar a estudar, ou ir para o Mestrado ou Doutorado”; “o mundo é assim, não posso fazer nada”. E chego ao que me interessa: Dada a quantidade de gente pelo mundo afora insatisfeita com o funcionamento do capitalismo, ou seja, um sistema em que a produção é coletiva, mas poucos se apropriam dos resultados dessa produção, porque ainda não conseguimos superar este sistema?

Entendendo que o capitalismo é um sistema que se transforma o tempo todo, pode parecer que podemos resolver a situação fazendo algumas modificações. Não podemos, pois a exploração e expropriação são da estrutura do sistema, portanto mesmo benefícios concedidos pelas elites, cedendo ou não a pressões, serão sempre limitados.

Sendo um sistema que se transforma o tempo todo, assim como atua na cultura, temos o individualismo incentivado e o consumo, atuando como enormes distrações que dificultam que estejamos conectados a nós mesmos. Parace um paradoxo, não é: uma sociedade individualista em que as pessoas estão afastadas de si mesmas. Mas se estamos o tempo todo olhando para fora de nós, nas redes sociais, por exemplo, ou trabalhando para ter o dinheiro necessário para viver num sistema baseado em dinheiro, em que momentos estamos prestando atenção em nós?

Por exemplo, tenho um celular que já passa dos 4 anos de uso. Está funcionando. No entanto, ouço com frequência me perguntarem quando trocarei pelo recente lançamento. Se ele funciona, qual o problema de ter 4 anos, e desde quando algo com 4 anos de uso pode ser considerado velho, mas nesta sociedade é velho. Percebem?

Muitos humanos se incomodaram com o fato de não poder, naturalmente, voar como as aves… Muitos tentaram construir mecanismos para resolver esta vontade, até que alguém conseguiu. Quando Julio Verne escreveu 20 mil léguas submarinas, pensou num  barco que andava sob as águas, ou seja, partindo do que conhecia, avançou. Somos a espécie que sonha fazer, elabora essas vontades e, efetivemente, transforma o mundo; que busca conforto, que busca resolver problemas. O primeiro passo, então, é tomar ciência dos problemas. O capitalismo é um problema!

Manter o controle requer jogo de cintura.

f3fb33ca9d9bce2d38829c4f0c39d94eAo ver essa imagem, percebi que ela além de expressar a ideia que lhe intitula – El sueño de la razón produce monstruos – , é fundamental para pensarmos no que pode acontecer àqueles ou àquelas que não tomarem as rédias da própria vida, sempre. Porque ao olhar essa imagem vejo a condição em que a minha mãe se encontra há mais de 40 anos: rodeada de monstros dentro de sua mente de tal forma que esta é a sua realidade.

Há um diagnóstico: TRANSTORNO BIPOLAR CRÔNICO COM SINTOMAS PSICÓTICOS, mas isso foi sendo construído ao longo de uma vida recheada de dificuldades e frustrações, sem válvulas de escape nem construção de soluções. Sim, parece duro eu dizer isso, mas não é julgamento, é constatação, que é o que sobrou pra eu fazer. Não acredito em solução, como um retorno à normalidade. 41 anos initerruptos de tarja preta em minha humilde opinião não deixam uma mente para onde retornar.

Portanto, cuide da sua vida, dos seus caminhos, da sua mente. Não delegue sua vida pois o outro tende a fazer o que for comodo para ele, ainda afirmando que faz tudo por você! Estejam alerta!

Escritas do corpo feminino – UFRJ, humanas.

http://www.escritasdocorpofeminino.com

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Esse é o endereço do site do encontro que acontecerá na UFRJ. Pessoas de Letras, de diversos lugares, até de outros países, estudantes, professores, amantes de leitura; partículas da universidade viva que somos todos nós.

Em tempos de cobranças por produtividade para engordar o Lattes; em tempos de mais um ataque à universidade pública – com proposta de retirada das humanas; teremos um encontro composto por muitos encontros, com as mesas redondas e mais de 170 mesas de comunicação, divididas em 13 sessões simultâneas diárias – das 13:30 às 15h. Eventos com certificação, mas, sobretudo, com troca, com movimentação.

Para você, que quer ver panorama, de modo a pensar na sua próxima pesquisa; para você que está com vontade de participar do conhecimento, ver as pesquisas dos colegas, pensar, refletir, olhar em volta… este evento é para você, humano humana.

A universidade no melhor sentido.

 

 

 

Desafios: a musculação da mente.

Eu não aprendi a andar de bicicleta durante a infância. Em 2007, num momento em que minha liberdade estava, digamos, sob ameaça, cogitei transferir minha graduação do Campus Sede da Estácio para São Gonçalo e, por esse motivo, resolvi aprender a andar de bicicleta porque, pois o pacote da ameaça me impediria de trabalhar e não teria dinheiro para as passagens.

Felizmente, daquele ano terrível sai vitoriosa, fortalecida, e sabendo andar de bicicleta!

Uma das minhas poucas promessas de ano novo em 2017 era comprar uma bicicleta e treinar para me deslocar com ela, em substituição ao uso de ônibus. Consegui comprar a magrela em novembro, o capacete veio em dezembro e os treinos começaram. as fotos acima são da semana passada, no Horto do Barreto, Niterói.

Sim, é verdade que é difícil aprender a pedalar na idade adulta. Eu sentia um medo fortíssimo de cair, e cai algumas vezes, sem machucados profundos e marcas duradouras. No momento, tenho trabalhado o equilíbrio e controle, para que eu possa utilizar as ciclofaixas sem me por em risco indo parar na via dos carros, nem atrapalhar outros ciclistas e pedestres que caminham nas faixas. Para esta tarefa, é crucial a concentração.

No momento, atendo a uma necessidade de me deslocar para Niterói ao menos uma vez por semana, aos domingos, o que facilita eu aprender o percurso, pela diminuição de movimentação nas vias que utilizo. Para o ano letivo de 2018, tenho planos na UFF que aumentarão essa frequência de deslocamentos. Não é só pela economia do dinheiro, mas a possibilidade de fugir de engarrafamentos enquanto me exercito.

Além da boa vontade, bicicleta, capacete e luvas, é fundamental orientação, por isso, me inscrevi em canais de youtube sobre o assunto, para aprender as regras, pedalar com segurança nas vias tanto no comportamento, quanto nos cuidados de manutenção da bike e uso dos equipamentos de segurança. Já estão na lista os espelhos retrovisores, joelheira e cotoveleira, pisca pisca traseiro e um banco mais confortável.

Persigo um envelhecimento com saúde mental. Por mim e, principalmente, pelos meus filhos. Com 44 anos aprender a andar de bicicleta e vencer distâncias médias é uma sensação maravilhosa, libertadora. Querer realizar, planejar, dar passos e realizar. É uma vitória e isso, no campo psicológico, é estimulante, porque dá esperança, força e boas lembranças para encontrarmos a luz em momentos de dificuldade, como aprendemos em Harry Potter.

 

 

Para colher mamão, é preciso plantar mamão!

colheita

Um dos indícios de que estamos envelhecendo, no bom sentido de que sobrevivemos aos maus momentos e dificuldades, é, a meu ver, quando começamos a ver pessoas de meia idade pra mais sofrendo decepções com os rumos da própria vida, como se tivessem plantado o que desejavam colher. Vejo – e me sinto muito culpada por pensar isto – muita gente que não plantou nada decepcionada por não ter o que colher.

Isso é grave, traz ou agrava depressão; é uma situação de muita infelicidade e sem solução, visto que não podemos voltar no tempo para viver novamente e plantar. Em alguns casos, imagino que tudo o que as trouxe ao caminho atual seria repetido. Porque somos a única espécie que pode modificar o próprio rumo e, em muitos casos, vivemos como se pertencêssemos às espécies que tem de apenas cumprir o destino, com base nos instintos?

Produzimos cultura, como pode ser isto? Como pode não cuidarmos de nós mesmos? A resposta começa na pergunta, ou no problema: produzimos cultura, e papéis sociais. Estamos sob sistemas de governo, que em geral não incentivam as pessoas a buscar formação em filosofia, nem habituar-se a refletir, então, esposas e mães só devem cuidar da família, homens devem ganhar dinheiro, e envelhecer é tido como derrota. Bobagens que permeiam o imaginário porque não nos lembramos de que todos os humanos tem inteligência e potencial, e não somente o Steve Jobs ou o fundador do Facebook.

Se eu não planto agora, como terei o que colher no futuro? E se eu não plantar, é justo eu agir como se estivesse sendo injustiçada?